quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Sobre o plágio

Na preparação da atividade proposta dei particular atenção aos documentos de apoio disponibilizados. Entre eles chamou-me a atenção o documento 28, já que encontrei nele muitas ideias que partilho integralmente. De facto, falar na sensibilização dos alunos em relação ao plágio, significa ter presente uma realidade que existe, mas que é importante ir mudando.Esta realidade percorre todos os níveis de ensino e é curioso perceber como as instituições de ensino, se têm preocupado em apetrecharem-se de mecanismos para detetarem os plágios. Não estará aqui um procedimento que faz pensar' Não será importante, desde os níveis de ensino prestar uma maior atenção a esta atuação.? Que se pretende ensinar quando se solicita um trabalho de pesquisa a um aluno? Que valorização se dá a este tipo de instrumento de avaliação? Quando se avalia um trabalho que se sabe foi copiado na net, o que estamos a ensinar aos alunos?
Os resultados dos alunos demonstram que a incorporação das tecnologias na sala de aula não produz por si, a mudança, já que continuamos a ter resultados pouco satisfatórios.
A elaboração de um trabalho de pesquisa feita nos moldes que muitos de nós conhecemos e que comentamos que é apenas um "copy past" evidencia a falta de competências criticas e analíticas por parte dos alunos.Importa que estas sejam ensinadas e trabalhadas de forma progressiva tendo em conta o nível etário e a maturidade intelectual dos alunos.
Do meu ponto de vista, dar sentido à metodologia de trabalho de pesquisa implica que o professor acompanhe as várias etapas da elaboração de um trabalho de pesquisa, que oriente o aluno,que  proponha alternativas, que apresente outras maneiras de fazer. Só se isto acontecer é que faz sentido esta metodologia de trabalho e a utilização deste instrumento de avaliação. As turmas são extensas, a correção dos trabalhos implica muito tempo.... Mas se não for assim que aprendizagens estamos a propor, que competências estamos a desenvolver?
Concluo com uma citações do documento atrás referido : "... o que exige, que se perspectiva a escola actual mais como um lugar de aprendizagem do que como um lugar de ensino."

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Proposta de situação que permita identificar estratégias de aprendizagem dos alunos


Contextualização da situação

Realização de um teste de avaliação no qual os alunos obtiveram resultados considerados pouco satisfatórios pela professora, tendo em conta a preparação e a diferença entre a postura interventiva, atuante e interessada manifestada pelos alunos na aula.

Propõe-se uma reflexão sobre os resultados e com ela levar os alunos a tomarem consciência da sua maneira de fazer, relaciona-la com os seus resultados e encontrar as causas que lhe estão subjacentes. Naturalmente, ligamos o resultado da aprendizagem ao processo utilizado para a sua realização e é em função dos resultados obtidos que desejamos ou não corrigir o processo adotado. A avaliação desses resultados incide também sobre o processo que permitiu atingi-los. A tomada de consciência conduzirá a uma nova maneira de aprender.

Subjacente à promoção destas atividades com estas caraterísticas reflexivas está a convição de que desenvolver a capacidade de aprendizagem dos alunos é, criar uma nova maneira de aprender, através de consciência daquilo que pudemos adotar até aí como processo, através de uma nova conceção da maneira de fazer e através da tomada de decisão relativamente ao novo processo escolhido para que ele constitua uma nova experiencia. Igualmente importante é que a maneira de aprender não seja considerada como uma resposta definitiva, mas como uma solução, sempre a rever, aplicada ao problema da aprendizagem.’

Objetivos

·       Mostrar que a aprendizagem está presente em todas as situações da vida quotidiana.

·       Mostrar a diversidade de maneiras de aprender.

·       Ajudar a descrever a sua maneira de aprender face a um dado objetivo de aprendizagem.

·       Mostrar que só se aprende verdadeiramente quando se adota uma atitude ativa relativamente à sua aprendizagem.

·       Introduzir as noções de objetivos e de resultados, de processo e de situação.

·       Ajudar a formular novas hipóteses de trabalhos.

  Proposta de metodologia:

·       Discussão em grande grupo -  1º Momento: “O que é aprender?” Perguntas orientadoras:

O que é aprender? Quando é que digo que aprendo? Dá exemplos.    Em que circunstancias é que se pode aprender?  O que é que faço para aprender?  Com que instrumentos é que se aprende?

o   2º Momento: Descrever situações em que tenho sucesso /insucesso.

Exemplos: Situações/frases que promovam a discussão. Ex: Dizer na lista seguinte, se nos achamos capazes ou incapazes de ter sucesso:    Conduzir um barco à vela;   Escalar uma parede rochosa;     Resolver uma equação de 1ºgrau;  Compreender um texto de um manual escolar.

Listar as causas possíveis que justifiquem o sucesso ou o insucesso

RETER: Tudo o que já aprendi mostra-me que sou capaz de aprender

o   3º Momento - Pedir aos alunos uma descrição sem que haja uma preparação particular, sendo o objetivo a demonstração dos aspetos tidos em conta espontaneamente. Propõe-se um trabalho escrito: cada um escolhe uma aprendizagem que tenha realizado recentemente e descreve-a.

o   Em seguida, em grupo, são salientados os aspetos que foram retidos para a sua descrição.

o   Coletivamente, pedir a cada aluno que escolha um exemplo de aprendizagem que não tenha conduzido ao sucesso esperado.

o   Procurar equacionar as razões explicativas, levando os alunos a que descubram aquilo que pode ser uma maneira mais adequada de trabalhar.

Questão a avançar

o   Qual foi a minha atitude relativamente a mim próprio numa dada aprendizagem e qual o resultado que obtive?

o   Listar conclusões.

 

 

 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

METACOGNIÇÃO



Como se pensa? O que é pensar? Como pensamos sobre o pensamento? Como é que costumamos pensar sobre a eficiência e a eficácia das nossas aprendizagens? É importante ensinar os alunos a aprender a pensar?
Estas foram as questões que orientaram a pesquisa que realizei e com base na qual elaborei um artigo que pretendo consiga resumir um pouco daquilo que li e retive sobre o tema em questão.
Etimologicamente, metacognição significa a cognição da cognição, isto é, a faculdade de conhecer o próprio pensar.
A importância que este assunto assume, relaciona-se com o reconhecimento de que há um desfasamento entre as capacidades intelectuais que a sociedade exige e aquelas que a escola promove e desenvolve. Nesta enfatiza-se a aprendizagem de factos e de competências isoladas em detrimento da competência do pensar.
É inegável, hoje em dia, a rapidez com que os conhecimentos ficam desatualizados e a necessidade de criação de novos saberes. Isto significa que é cada vez mais importante que o indivíduo se aproprie de competências do pensar que lhe permitam concetualizar situações, resolver problemas, procurar soluções inovadoras e adequadas ao contexto.
Segundo algumas teorias, a metacognição é encarada como a tomada de consciência, o conhecimento e o controlo que o aluno tem sobre os seus próprios processos cognitivos aquando da realização das tarefas escolares. Neste contexto, o aluno que tem competências metacognitivas é aquele que sabe aquilo que precisa de saber e como deve agir para aprender.
A constatação de todos os factores atrás referidos, justificam as várias investigações feitas sobre esta temática, assim como a multiplicação de programas para ensinar a aprender a pensar, com a finalidade de desenvolver o desempenho cognitivo na aprendizagem escolar.
A metacognição, carateriza-se em relação ao aluno: pela tomada de consciência e conhecimento de si próprio como aprendente, ou seja, das suas características, das relações que se estabelecem entre ele e a aprendizagem; pela tomada de consciência e conhecimento da natureza das tarefas que lhe são solicitadas; pelo controlo consciente do processo de realização das tarefas em que está envolvido e pela monitorização das estratégias em função da tomada de consciência e do conhecimento da tarefa, das estratégias utilizadas e de si próprio.
No sentido de desenvolver a metacognição nos alunos é fundamental assumir um conjunto de procedimentos, nomeadamente: explicitar, antes das atividades de aprendizagem, estratégias e regras para a realização das tarefas; estimular os alunos a partilharem os seus progressos, processos, perceções sobre os próprios comportamentos cognitivos durante a execução das tarefas; incitar os alunos a explicitarem e a avaliarem os processos depois da realização das tarefas; suscitar nos alunos as experiencia de processos cognitivos, relativos a várias disciplinas do currículo e à vida quotidiana e estimular a avaliação da sua adequação e eficácia; encorajar os alunos a explorarem as consequências das suas escolhas e decisões.
Como a aprendizagem da metacognição não acontece naturalmente, a instrução deve explicitar e suscitar o pensamento cognitivo, desenvolvendo as estratégias do ensino apropriadas.
A investigação mostra os efeitos da instrução da metacognição sobre a qualidade da aprendizagem escolar. Com o desenvolvimento de competências metacognitivas, os alunos não só aprendem melhor os conteúdos e as competências específicas das áreas curriculares como desenvolvem competências gerais de aprender a aprender. Consequentemente, aprende a controlar a sua aprendizagem, torna-se mais autónomo e controla melhor a atenção e a concentração. Progressivamente, à medida que se torna mais consciente dos seus processos de pensamento, o aluno compreende e escolhe melhor aqueles que deverá selecionar para a realização de determinada tarefa, pelo que tem a possibilidade de os controlar.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Reflexões (in)comuns sobre aprendizagem

Foi-me proposto como trabalho da 4ª semana que escrevesse sobre o conceito "aprendizagem".
Como o fazer?
Escolhi um formato normal para escrever sobre uma coisa comum, para um professor: um texto com cariz reflexivo, tipo assim panfleto, carta...
Não foi uma tarefa fácil. Não se tratava de reproduzir o que dizem os peritos, mas o que eu penso.
Há já quase 1/4 de século que sou professora e tenho mais dúvidas do que certezas. As constantes alterações que "invadiram" as escolas, agudizaram as minhas dúvidas e desvanecem as minhas certezas.
O que dizer sobre o conceito "aprendizagem"?
Há uma parte que é pacifica, para mim. Trata-se de um processo contínuo, que deriva, por um lado, de educação formal, que é dada pela instituição escola, e da educação informal, construida através das vivências e experiências acumuladas pelas interações com os pais, amigos e a sociedade.Para que ocorram aprendizagens é necessário que existam vários factores, os quais podem ser facilitadores desse processo.
Para além destes principios, mais ou menos concensuais, há um conjunto de aspetos que sinto de forma menos pacífica.
Que tipo de aprendizagens valoriza a escola? Qual a importância daquilo que ensino e de que modo isso contribui para a formação de cidadãos responsáveis, conscientes da importância do seu papel num mundo cada vez mais global e globalizante.
Ensino história e reconheço nesta disciplina grandes potencialidades para o crescimento de um cidadão ativo e civicamente interveniente.
Mas enquanto docente, que aprendizagens devo valorizar? Como relacionar estas preocupações com programas muito extensos? Como implementar estratégias viradas não apenas para os aspetos cognitivos, mas também para os aspetos emocionais e afetivos? Como relacionar a necessidade de "preparar alunos para exame" com a valorização de aspetos considerados importantes para a construção da pessoa, ainda adolescente, que temos ali na frente?
A valorização excessiva dada às médias, ao lugar da escola num ranking absurdo porque compara o incomparável, a importância dada às diferenças entre a avaliação interna e a externa... tudo isto causa uma enorme pressão aos professores.
Deve manter-se o monopólio do português e da matemática e continuar a pactuar com a ausência de outros caminhos igualmente importantes, mas totalmente inxistentes nas escolas? Não seria igualmente importante propor aos alunos caminhos relacionados com a arte, a música, o desenvolvimento da sua criatividade? O aluno tem dificuldades, problemas de comportamento... é encaminhado para CEFs, Cursos vocacionais. Estamos a falr de meninos e meninas de 13, 14, 15 anos!
Será a opção certa para todos estes jovens desviados do ensino regular nestas idades?
Qual o papel que a escola deve ter no percurso individual dos nossos alunos?
Nas escolas há, atualmente, muito ensino e poucas aprendizagens.
As decisões que chegam à escola, não permitem prespetivar sinais de mudança... bem pelo contrário.
Mantenho a convição que, a pretexto de ensinar história, devo educar oa luno na sua totalidade, para que esteja apetrechado com as competências adequadas para viver o seu presente e enfrentar o seu futuro, podendo agir sobre os dois.
A valorização de aprendizagens relacionadas com a cidadania é o direito de aprender valores, conhecimenos e capcidades necessários para se prender a ser cidadão coma s atitudes e os comportamentos desejáveis numa sociedade democratica e num mundo globalizante.
Estou convicta que, como alguém disse, ensinamos mais com aquilo que somos que com aquilo que dizemos.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Voar como os gansos pode ser a solução!

Esta história, que conheci há já algum tempo, tem-me inspirado muito e cada vez sinto que ela faz mais sentido quando penso na escola de hoje.
Por isso foi ela que me inspirou na escolha que fiz sobre a narrativa do percurso de aprendizagem individual que me foi proposta como trabalho da semana 2. Poderia ter escolhido tanta coisa. Afinal de contas já sou professora há mais de 25 anos, um quarto de século!
Escolhi uma situação de hoje, uma preocupação de hoje, até porque é ela que explica em parte a minha presença nesta formação.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

" A vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa, transformam-se em oportunidades"   ( Maxwell Maltz)